- Arte – Codenis
- Roteiro – Felipe Utsch
Eu sou aquele que chamaram de Cavaleiro Rubro.
Minha fúria arde nos olhos escarlates —
um fogo que nunca se apaga.
Nasci camponês,
com as mãos sujas de terra e fome.
Mas o destino queria mais de mim.
Quis sangue.
Quis guerra.
Quis que eu me tornasse o monstro que os homens invocam
quando já perderam toda esperança.

O cheiro de sangue era forte. Pesado.
O rastro dele… inconfundível.
Muitas vidas tinham sido ceifadas.
Gente comum.
Pessoas que só queriam atravessar o dia e voltar pra casa.
Esse era o Açougueiro de Ravenfall.
Um monstro de carne e osso, alimentado pela própria Fama.
Uma lenda terrível que espalhava medo por toda a região.
Uma lenda que cresceu demais.
Mas lenda essa que foi ceifada…
Por mim
Um vilarejo à beira do esquecimento.
Cercado por um enxame de vespas famintas.
Elas rasgavam carne.
Elas tomavam vidas.
Me chamaram.
Eu atendi.
Hoje, o chão está coberto de asas arrancadas.
O vento leva o cheiro da morte.
E o vilarejo respira outra vez…
porque elas não respiram mais.


Em um passado esquecido pela própria luz,
uma sombra cresceu sobre o mundo livre.
Foi então que ajudei uma garota — frágil nos ossos, feroz no olhar —
a chamar um dragão antigo.
Um deus de escamas e fogo.
Uma criatura que não responde a ninguém…
a não ser ao destino.
Ele atendeu.
A ameaça caiu.
E o mundo respirou de novo.
O dragão permanece naquele lugar.
Imóvel como uma promessa.
Vivo como uma ferida que nunca fecha.
4 comentários
Edson codenis · 16 de novembro de 2025 às 12:49
Adoro contos com donzelas e dragões!
Mauro Torres · 16 de novembro de 2025 às 13:35
Um épico medieval está tomando forma!
Jonatas Azevedo · 16 de novembro de 2025 às 15:08
Está ficando sensacional!
Miguel Ramos · 23 de novembro de 2025 às 13:07
Que dahooora, curti demais a pegada da história, é aquele clichê que funciona e eu nunca me canso!