As visitas do corvo
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Esse é um caso que ocorreu agora nos anos 60 ou 70
Meu nome é Kelly, moro a 30 km de Kiruna, na Suécia. Tenho 16 anos, e meu irmão de 21 está com paralisia devido a ações irresponsáveis durante uma viagem, que gerou um acidente. Hoje ele mal consegue falar, está quase em um estado vegetativo.
Há duas semanas, começamos a ouvir barulhos pela casa. As vezes passos, outras era como se tivesse alguém mexendo nas coisas, barulhos de pratos e talheres. Pensamos ser algum animal pequeno, tipo um roedor.
E de fato era, um pássaro.
Devia ser uma espécie de corvo, mas tinha uma imagem meio acabada como se estivesse doente. De vez em quando soltava penas pela casa. As penas por alguma razão, sempre estavam quentes. Começamos a chamá-lo de Joel.
Esse corvo aparecia com frequência em casa, parece que ele gostava de nos visitar. Então começamos a deixar comida para ele. Entretanto, ele nunca comia nada. Nunca soubemos o que queria. E meu irmão se sentia muito incomodado com ele, sempre olhava com um olhar de espanto. Costumávamos espantar o corvo, já que meu irmão não gostava. Ainda assim ele sempre voltava, e mesmo a casa tendo 2 andares, ele sempre ia para onde ficava meu irmão.
Teve um dia que ouvi uma voz, suave como a de uma criança. Cantava, uma música bonita até. Desci para ver do que se tratava, não havia reparado se tinha crianças na vizinhança. Para o meu espanto, não tinha ninguém além de meu irmão. Parecia assustado, não sei por que. Olhei para fora, e vi o Joel longe, mas me encarando fixamente. Aquilo me deu calafrios.
Houve uma noite, que acordei para ir beber água. Ao descer a escada, vi o vulto de meu irmão andando. O pior, que não estranhei ou fiquei confusa, há um tempo sentia alguma coisa estranha na casa. Desci apenas o suficiente para ver que meu irmão havia saído. Corri e acordei meus pais, comecei a falar desesperada que tinha alguém em casa. Olhamos, não tinha ninguém, só aquele maldito corvo me encarando.
E esse nem foi o único dia que isso ocorreu, depois de um tempo, até meus pais estranhavam.
Um dia, apareceu uma ave de rapina que ficava cercando a casa. Eu não consegui identificar direito qual. Como se já não bastasse o maldito corvo. No entanto, fui notando que com o passa do tempo, o corvo foi se afastando. E a ave de rapina fez de nosso teto a sua morada. Isso por alguma razão me fez sentir mais tranquila.
PS – quero falar também de um sonho que tive uns dias durante tudo isso. Uma ave negra em chamas sendo sub julgada por uma espécie de homem pássaro. Não sei porque, mas acho que tem relação com tudo isso
Mauro Torres
“NUNCA MAIS! NUNCA MAIS! “(O corvo, de Edgar Allan Poe)