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Contos

Contos de Azrael – relatos com Padre Gonzales 20 – O conselheiro do rei

Eu, Aldric, comunico com pesar, um temor crescente que se enraizou em minha mente como um flagelo sombrio. O atual monarca que governa este reino revela-se uma figura frágil, e sinto, em meu âmago, que a derrota nos espreita. Temos necessidade de um líder forte para conduzir nosso tão amado reino. Por meses, em silêncio, arquitetei meticulosamente um plano para assumir o poder.

Contudo, o ardiloso conselheiro real, um homem de feições enrugadas e olhar penetrante, parece capaz de sondar os recantos mais profundos de minha mente. Este presságio inquietante tem me atormentado profundamente esses últimos dias. Como se ele, de alguma maneira, fosse capaz de decifrar os segredos mais profundos que eu guardo comigo.

Venho ao longo dos dias, tentando evitar o conselheiro, mas uma sensação constante de ser observado me persegue, como se os olhos invisíveis do conselheiro estivessem sempre sobre mim

As noites tornam-se meu martírio. O sono escapa de mim, minha mente é um campo de batalha para pesadelos sombrios nos quais o conselheiro decifra os recantos mais ocultos de meus pensamentos. A fronteira entre o que é real e o que é fruto da paranoia começa a se desfazer. Minha sanidade é agora um quebra-cabeça fragmentado, e me pego questionando se a própria escuridão que enfrento é real ou apenas um produto da mente perturbada.

O tempo parece escorrer pelos meus dedos como areia fina. A necessidade premente de tomar uma decisão aperta meu peito, mas o olhar do conselheiro, afiado como uma lâmina, pesa sobre mim como uma sombra ameaçadora. Uma sensação estranha paira no ar, um aviso sutil sussurrando que se eu ousar seguir adiante, enfrentarei consequências além da compreensão.

O conselheiro, com sua presença enigmática, transmite algo indescritivelmente sinistro. Uma intuição visceral me adverte de que adentrar esse caminho incerto seria como abrir uma porta para um abismo desconhecido. Há algo nas dobras de sua expressão que alerta para perigos inimagináveis, algo que vai além das aparências.

A hesitação se instala enquanto pondero sobre as consequências inevitáveis. O receio de um destino sombrio se entrelaça com a urgência de agir. Mas, na calada da noite, a incerteza ecoa mais alto do que a coragem, e o presságio do conselheiro se transforma em uma barreira aparentemente intransponível.

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