Reino de Valdor vs Reino de Esméria com o rio Vireldan o porto de Calaiscai e os anões de Myrkenholl
🌹 Valdor – O Reino da Rosa Vermelha
⚜️ Esméria – O Reino do Lírio Azul
Valdor e Esméria são reinos irmãos em origem, mas rivais em essência. Ambos nasceram das antigas tribos que viviam às margens do lendário rio Vireldan, cujas águas férteis permitiram o florescimento da agricultura, da pesca e das primeiras vilas que, com o tempo, se unificaram em dois grandes reinos.
Apesar de compartilharem origens semelhantes, suas culturas tomaram caminhos distintos — e complementares.
⚜️ Esméria: Elegância, Cavalaria e Mar
Esméria é o reino do Lírio Azul, símbolo de graça, beleza e espiritualidade. Conhecida por sua sofisticação, arte e diplomacia, Esméria floresceu como uma corte refinada, com bailes, festivais e tradições acadêmicas.
Sua culinária é rica e celebrada, seus vinhos são exportados pelo Vireldan, e suas casas de saber formam alguns dos mais sábios magos e filósofos da região.
Mas sob essa superfície delicada, Esméria abriga um poder militar formidável. Sua cavalaria é lendária, descendente de linhagens que, segundo a tradição, teriam domado uma antiga criatura marinha vinda das profundezas do Vireldan — um feito ainda celebrado nos festivais de verão.
🌹 Valdor: Força, Honra e Navalhas de Aço
Valdor, o reino da Rosa Vermelha, tem raízes em tradições de honra, guerra e resiliência. Conhecido por sua robusta arquitetura, suas fortalezas de pedra e seu povo disciplinado, Valdor construiu sua glória através da força e da fé.
Seus arqueiros são lendários, tendo vencido batalhas impossíveis com flechas que voavam mais longe e certeiras do que qualquer outra nação ousaria imaginar.
Sua frota naval também é motivo de orgulho: navios rápidos e bem armados cruzam o Vireldan e os mares próximos, garantindo suprimentos, rotas comerciais e domínio estratégico.
⚔️ Uma História de Alianças e Rupturas
À medida que os dois reinos cresciam em poder, suas fronteiras finalmente se encontraram. O avanço de um foi a pausa do outro. Houve guerras, tratados, alianças políticas e traições.
Um dos momentos mais significativos dessa tentativa de coexistência foi a criação do Porto de Calaiscai, um entreposto comercial e diplomático construído em um antigo tratado de paz. Governado de forma alternada por cada reino a cada década, Calaiscai era símbolo da esperança de conciliação. No entanto, com o tempo, os conflitos recorrentes fizeram com que o porto fosse dominado ora por Valdor, ora por Esméria, se tornando também um palco constante de disputas.
Essa rivalidade deu origem à famosa Guerra das Flores, onde o lírio azul e a rosa vermelha deixaram de ser apenas brasões e se tornaram símbolos de sangue derramado por gerações.
⚓ Calaiscai – A Cidade que Pertencia a Dois
Em tempos de frágil paz entre Valdor e Esméria, foi firmado um tratado histórico que deu origem a Calaiscai — um porto construído em território neutro, nas margens amplas do Rio Vireldan, pouco antes de sua foz no grande Lago Vareth. Calaiscai é uma ilha no meio do rio e que conecta os dois lados do rio, logo a ilha inicialmente não pertenceria de fato a nenhum dos dois reinos. E devido a isso, que fora escolhida para o tratado dos reinos.
📜 O Tratado das Marés
Segundo o acordo, Calaiscai seria governada alternadamente a cada década por um dos reinos.
Nenhum exército poderia manter tropas fixas dentro de seus limites, e um conselho binacional julgaria disputas comerciais ou civis.
Calaiscai era o coração da diplomacia — e da esperança — entre dois mundos em constante tensão.
💰 A Joia Econômica do Vireldan
Mais do que símbolo de paz, Calaiscai era a espinha dorsal econômica da região:
- Localizada no ponto de encontro entre o Rio Vireldan, as trilhas comerciais dos anões de Myrkenholl e as rotas marítimas do Lago Vareth.
- Seus mercados livres eram famosos por vender de especiarias orientais a armas forjadas, pergaminhos raros e tinturas élficas.
- A cidade cobrava tarifas justas, mas constantes, que financiavam sua autonomia e enriqueciam ambos os reinos.
- Navios de bandeiras mistas — metade escudo de Valdor, metade rosa de Esméria — cruzavam suas águas com frequência.
Enquanto Calaiscai prosperava, a guerra parecia improvável. Era a cidade onde até os inimigos tinham algo a perder.
💍 O Casamento como Promessa de Fusão
O casamento entre o príncipe de Valdor e a princesa de Esméria fazia parte de uma estratégia para consolidar Calaiscai como símbolo de união definitiva.
O herdeiro nascido da união representaria a fusão das coroas — e com isso, esperava-se que a cidade deixasse de alternar de mãos para se tornar capital de um futuro reino unificado.
🌹⚔️ Na Guerra das Flores, Calaiscai Sangra
Com a morte do rei de Valdor durante uma viagem e o subsequente desaparecimento da rainha e do herdeiro, os acordos ruíram.
Ambos os reinos reivindicaram Calaiscai:
- Esméria afirmava que o herdeiro havia sido assassinado e que o tratado fora quebrado.
- Valdor dizia que Esméria havia sequestrado a rainha e tramava uma anexação.
O que antes era porto, virou trincheira.
Com o colapso das alianças entre Valdor e Esméria, Calaiscai se tornou um dos pontos mais disputados da Guerra das Flores. A alternância pacífica de poder deu lugar a ocupações forçadas, cercos brutais e traições sangrentas. A cidade, que antes representava equilíbrio, passou a simbolizar disputa e desgaste.
Durante os primeiros anos da Guerra das Flores, Calaiscai — o antigo símbolo de paz entre Valdor e Esméria — tornou-se o epicentro da disputa. A cidade portuária, estratégica e rica, mudou de mãos diversas vezes, sendo cada conquista celebrada como triunfo e cada perda tratada como humilhação nacional.
Na primeira década de conflito, Valdor conseguiu tomar Calaiscai e manteve o controle por um longo período. Cercada constantemente por tropas esmerianas, a cidade resistiu a cerco após cerco, o que causou fome, doença e amargura entre os civis. Ainda assim, Valdor fez de Calaiscai um símbolo de sua força — e uma dor constante na memória de Esméria.
Após cerca de dez anos de armistício instável, Esméria lançou uma ofensiva surpresa e retomou Calaiscai. O feito foi considerado um ponto de virada no conflito. No entanto, a tomada não foi aceita pacificamente: Valdor nunca engoliu a perda do porto, e desde então, a cidade permanece como um barril de pólvora à beira de explodir.