O clero de Eldorath é formado por um clã de sacerdotes escolhidos por meios místicos, guiados pelas vibrações de um antigo monólito erguido no coração da cidade-clero. Diz-se que, dentro daquela pedra, repousa a alma congelada do fundador da seita — um eco eterno que murmura apenas para os dignos.

Cabe aos Arautos conduzir todos os assuntos do reino à grande cúpula, onde cada decisão é submetida à leitura do cristal místico, considerado a própria chama gélida do patrono. Diante dele, verdade e mentira se distorcem como vapor no frio.

Na realidade, porém, o clero é composto por órfãos do reino, muitos adquiridos de maneiras nada santas. Crianças sem nome e sem passado, moldadas para servir à doutrina da Geada.

Cada sacerdote carrega uma máscara ritual, símbolo de autoridade absoluta e domínio sobre a verdade. Essas máscaras são fundidas à pele ainda na juventude, apagando qualquer traço de identidade e garantindo que jamais sejam removidas.

Sobre eles pesa uma antiga profecia: quando o Véu Invernal descer sobre o mundo, apenas aqueles marcados pela Geada Eterna encontrarão refúgio. E, quando o resto sucumbir ao frio, eles permanecerão — testemunhas do último amanhecer.