Os deuses antigos tremiam.
Não pelo poder dos homens…
mas pelo esquecimento.

Um deus só morre quando seu nome para de ecoar —
e o silêncio humano era uma sentença.
Eles sentiam a morte se aproximar,
fria, lenta, inevitável.

Desesperados, discutiram caminhos.
A maioria queria sangue:
queimarem terras,
quebrarem céus,
fazer os homens ajoelharem pelo medo.

Mas um deles, Phrónesis —
o deus que enxergava além das ruínas —
propôs outra arma: utilidade.
Que fossem guias, não carrascos.
Que oferecessem respostas…
antes de pedir reverência.

Sua voz tinha o peso da verdade.
Os outros cederam.
Concederam-lhe 12 dias.

Doze dias para reacender fé.
Doze dias para desafiar o esquecimento.
Doze dias para provar que até deuses podem mudar.

Ninguém jamais soube quais soluções ele entregou.
Apenas que, quando o último dia terminou,
os deuses ainda respiravam.

E o mundo passou a chamar seu feito de
Os 12 Caroços
aquilo que resta
quando se espreme a alma até o limite.

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