O jornalista e quadrinista Joe Sacco, autor de Palestina: Uma nação ocupada. Assim, ele retorna para escrever agora sobre o conflito na Bósnia. Todavia, mais especificamente sobre o Cerco de Sarajevo.
A Guerra da Bósnia foi um conflito armado que ocorreu entre abril de 1992 e dezembro de 1995 na região da Bósnia e Herzegovina
Resultado de uma complexa combinação de fatores envolvendo questões políticas e religiosas. As proporções de um conflito que envolvia as consequências do fim da Guerra Fria. Além de misturadas com fervores nacionalistas. Portanto resultaram no envolvimento de mais países. Como a Croácia, a Sérvia e Montenegro por exemplo. Estabeleceu-se uma discussão em torno da razão de ser do conflito. Afinal seria uma guerra civil ou uma guerra de agressão?
Após a Bósnia e Herzegovina fazer sua declaração de independência da República Socialista Federativa da Iugoslávia, os sérvios cercaram Sarajevo com uma força de cerca de 18.000 homens. Já que seu objetivo estratégico era criar um novo Estado sérvio da República Srpska. Assim incluiria parte do território da Bósnia e Herzegovina. Assaltaram a cidade com armamento pesado, se baseado nas colinas circundantes. Com artilharia, morteiros, tanques, canhões antiaéreos. Bem como metralhadoras pesadas, lançadores múltiplos de foguetes, mísseis lançados de aeronaves e rifles sniper. Em 2 de maio de 1992, os sérvios bloquearam a cidade. As forças de defesa do governo bósnio, estavam muito mal equipadas e foram incapazes de romper o cerco.
A história da HQ é simples, tem um aspecto mais de documentário.
É dividida em duas partes, uma das quais se passa no final da guerra. No qual o autor tem a companhia de um antigo combatente para servir como guia. Com efeito de entrelaçar a narrativa com flashbacks do soldado.
A HQ explora bastante o cotidiano de Sarajevo no período, a partir da figura do guerrilheiro. Assim ele mostra todas as artimanhas para sobreviver e viver. Há diversão e ação e, de tempos em tempos, o relato de suas histórias. Ao passo que em dado momento, ficamos na dúvida sobre o que seria a realidade e o que seriam apenas histórias de pescador (ou de soldado). Mas podemos ter uma ideia muito boa de como era viver (ou visitar) a região naquela época.
Certamente que o traço lembra um pouco Robert Crumb. Com uma composição simples. Onde o fundo preto para sinalizar os flashbacks. Enquanto o fundo normal sinaliza a história mais atual. Quase não são usados balões de fala. Apenas uns que se assemelham a papéis de lembretes. A intercalação entre os balões de narrativa e os de fala lembra um documentário.